domingo, 26 de junho de 2011

Experienciando a saúde pública

Vim passar uns dias em Porto Alegre para fazer programações diversas com o namorado e amigos. Mara, se eu já não tivesse vindo para cá com os sintomas adoráveis da sinusite em meu corpo, principalmente na minha cara. O nariz, nos poucos momentos em que consigo respirar, fica escorrendo como se não tivesse amanhã, enquanto meus ouvidos permanecem entupidos e as bolsas embaixo dos olhos me pressionam quase ao ponto de explodirem. Isso tudo acontece ao mesmo tempo em que estou tossindo sem parar.

Eis que às 4h desta madrugada acordei tendo uma crise de tosse misturada com nariz entupido. Minutos depois meu ouvido direito começou a latejar de dor como se tivesse uma agulha fincando no cérebro. Tentei dormir nas três horas seguintes, mas não consegui. 7h da manhã, quando já tinha amanhecido e eu não aguentava mais de dor, o namorado atenciosamente me levou no hospital mais próximo, o do Moinhos. Ao chegarmos lá o atendente super sincero avisou que só tinha clínico geral de plantão e que eu teria que pagar o valor de uma consulta, R$ 150. Ouch! Acho que ele notou a minha cara de dor e insatisfação com o preço que acabou indicando para irmos ao Hospital de Pronto Socorro, conhecido como HPS, pois lá teria um otorrinolaringologista (ufa) e seria de graça. Ok, fomos.

O HPS é tipo o Pronto Atendimento do Patronato em Santa Maria. É um local destinado para emergências, então aparece de tudo um pouco, e as condições não são as melhores. Eu não tive muitas experiências em hospitais e das que tive nenhuma foi tensa ou era uma situação difícil de lidar, então eu não sabia o que esperar. Preenchi meus dados com um atendente que parecia não estar a fim de trabalhar estar cansado e logo me encaminharam para o setor de oto(...), onde fui recebida por um médico que olhou minha ficha e disse "ah, não é urgente, espera uma consulta". Ammm... ok? Meu ouvido estava doendo tanto que nem pensei direito no que ele falou e apenas aceitei.

O cenário não era bom. Uma das paredes tinha respingos de sangue e o que estava a minha volta parecia ser velho, se não estava quebrado ou sujo. Passada meia hora no máximo, o movimento era quase nulo no hospital, até escutei os seguranças comentando como a manhã estava calma. Acho que era pouco antes das 8h quando entrou no corredor um guri com a o lado direito da face destruída e inchada acompanhado por uma mulher que parecia ser sua mãe. Ele mal andava e estava coberto de sangue. Nesse momento fiquei enjoada e pensei em ir embora, pois não sabia por quanto tempo ainda teria que esperar. Logo que isso aconteceu, fui chamada por um outro médico que me examinou rapidamente e constatou, otite média aguda. Ao sair da sala dele, a movimentação era visivelmente mais intensa e algumas pessoas esperavam para serem atendidas. Fui embora, comprei os remédios da receita e dei início a um tratamento de dez dias contras as "ites".

Contei para algumas pessoas esta história e o comentário geral foi sobre a rapidez do atendimento no HPS, que normalmente chega a três horas de espera. Alguns também mencionaram que neste hospital é comum situações tipo o do menino com o rosto desconfigurado e que eu dei sorte de não ter visto outros casos piores.

Com ou sem sorte e demorando mais ou menos, fui bem atendida e de graça. Pode parecer bobo, mas senti que fiz uso, de forma tangível, dos impostos que pagamos. Depois desse perrengue reconheço que trabalhar em um hospital com certeza é dureza e lidar com vidas num ambiente nem um pouco reconfortante deve ser ainda mais difícil.

Obrigada atendentes, médicos, paracetamol e amoxicilina, já estou melhor! Obrigada a você também,  leitor, que chegou ao final deste post gigante.

Até mais, pessoal e até nunca mais sinusite!

3 comentários:

  1. baaa isso ai é o hps amiga e realmente tu teve sorte de so ver alguém com a face destruída... geralmente tem baleados, esfaqueados, viciados em crack, acidentados de transito, etc...
    mas o atendimento é relativamente bom, levando em conta as condições precárias do hospital e o movimento de desgraçados circulando por lá.
    pelo menos tu melhorou?! hahahah

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  2. parabéns pr leitor mesmo, eu li. q horror ns abia q tu tinha passado mal, lá em sao paulo coma s historias da pedra na visicula eu tive uma crise horrivel q deveria ter ido pro hospital mas so de pensa em ir pra esses lugares TENSO eu escolhiq se fosse p morrer eu morria no filião mesmo.

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