sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O ônibus 174 e os Alês

Hoje à tardinha vi em um intervalo comercial da Globo que o filme brasileiro "Última Parada 174" iria ser transmitido. Para quem não sabe, esse filme é sobre o sequestro de um ônibus que ocorreu há mais de dez anos (nossa, quanto tempo!) no Rio.

O filme é muito bom e nada previsível. Ele não é um daqueles filmes que mostra o fato em si, que no caso é o sequestro do ônibus e toda a função em volta, como se deu a presença da imprensa, o tormento dos reféns e etc. É contada a história dramática do guri que assalta o ônibus, o Sandro, conhecido como Alê. Ele teve uma infância cruel, vê a sua mãe ser assassinada e acaba indo morar com a tia, mas foge e fica durante alguns anos na rua usando drogas com outros meninos em frente a Igreja da Candelária, dos quais oito são mortos a tiros na conhecida como "Chacina da Candelária". Uma ONG intervinha na situação destes meninos levando comida à eles enquanto um abrigo estava sendo construído para oferecer melhores condições e possíveis oportunidades e, Sandro, interpretado por Michel Gomes, até se envolve com a ONG, pois tinha o sonho de fazer rap, mas acaba não vingando. Depois o guri ainda é preso, escapa da cadeia e começa a criar um vínculo e fazer assaltos com o outro Alê, chamado Alessandro, que encontrou na prisão. No meio disso tudo aparece a mãe do Alessandro que acha que o Sandro é o filho dela e a Sandrinha, prostituta e eterna amante do Sandro (e do Alessandro também!).

Bom, os Alês se desentendem e o Sandro é negado pela sua suposta mãe e pela namorada, acaba roubando uma grana, compra um monte de pó, fica locão e, acidentalmente sequestra um ônibus. Não me entendam errado quando eu falo acidentalmente, não estou defendendo ele meeesmo, mas o que mostra no filme é que o guri estava dormindo sentado no ônibus com uma arma na cintura, um cara vê e comunica a polícia que manda parar o veículo. Nisso ele acorda e reage se defendendo, pára o ônibus e faz as poucas pessoas que estavam dentro de reféns, afinal o que ele tinha a perder?

Com toda essa história, acredito que o objetivo do diretor Bruno Barreto (José Padilha, de Tropa de Elite, consta nos créditos como "diretor associado") foi mostrar que o Sandro não é um assassino ou sequestrador, ele é alguém, uma pessoa que teve uma vida de merda, fez opções piores ainda e não soube o que fazer com a ajuda que tentaram dar à ele.

O fato é que o filme é bom, contém cenas fortes e reais e conta uma realidade brasileira. Aqui o trailer:


Aqui tem uma matéria do Jornal Nacional sobre o fato:


OBS.: O que eu falei neste post foi a história do filme, não sei até que ponto cada detalhe é fiel a realidade.  É dito que é uma história real, mas vai saber.

Vídeos: Reprodução do Google by Youtube.

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