Oi, China! |
Uma semana e meia China. Que curiosidade que eu tinha de vir para este país! A cidade onde estou morando, Guangzhou, é grande, cerca de 20 milhões de habitantes com controvérsias porque pelo que eu sabia Mumbai é a maior cidade do mundo e tem – teria – 15 milhões... Informações erradas ou não, Guangzhou é demais. Tudo muito tecnológico, o metrô é super limpo e nos horários de pico tem policial controlando a quantidade de pessoas que entram. Não precisa entrar no tapa e nem se pendurar na porta como na Índia, quanta diferença.
Metrô em um dia calmo. |
Eu me sinto uma formiguinha caminhando entre as gigantescas construções, os carros de luxo e a não tão grande quantidade de pessoas. Confesso que estava esperando por população estilo Índia, grande, mas não foi o que encontrei. É claro que tem bastante gente, mas tu não vê essas pessoas, pelo menos eu ainda não vi algo que se possa chamar de multidão.
É inevitável a comparação com a Índia, minha última casa. Um fato engraçado é que enquanto na Índia as pessoas mijam, cagam e cospem na rua, aqui elas e arrotam e peidam sem pudor. No meu primeiro dia entrei num elevador e sim, uma pessoa peidou lá dentro como se fosse algo normal. Bom, pra eles é normal, eu é que fiquei chocada olhando para todos os lados à procura do infrator.
Outra comparação é com a legião de mulheres lindas, divinas, deusas com seus cabelos penteados e saltos plataformas. Aqui não tem saree e roupas tradicionais não são tendência como na Índia, mas elas caminham nas alturas, com aquela confiança que só as asiáticas têm. É engraçado como na Ásia os homens somem perto destas mulheres e se tornam meros coadjuvantes. Ok, e os homens como são? Pois então, é quase uma missão impossível de achar um cara atraente ou ao menos apresentável. Triste situação para as belas asiáticas.
Tem uma coisa aqui na China que me faz rir todos os dias, os chineses são todos iguais. Quando são adultos os cortes de cabelo, as cores, roupas e acessórios variam mais, mas quando ainda são crianças...
O primeiro episódio escolar: a busca por uma criança
No meu primeiro dia de trabalho (em outro post explico com clareza o que vim fazer aqui) fui buscar a menina que ensino inglês na escola. Estava chovendo e isso fez a situação piorar. Cheguei às 4h da tarde em frente à escola e me deparo com trilhões de pais/avós/babás se debruçando em um cercadinho tentando achar as crianças, muitos segurando placas com coisas em chinês que acredito ser o nome da filho/neto/enteado. Depois que consegui me enfiar e achar um lugarzinho é que me liguei: as crianças eram todas iguais!!! Todas usando o mesmo uniforme, de cabelo preto, pele clara e o pior, todas as meninas com a mesma maldita mochila rosa das princesas da Disney. Tive um ataque de pânico por alguns segundos pensando “não tenho a m**** de uma placa, nunca vou achar a menina, vou ficar aqui horas, ela vai ir sozinha pra casa, se perder e os pais vão me matar”. Não deu outra, passaram uns 20 minutos, metade das crianças já tinham achado seus responsáveis e eu continuava com a minha cara de barata tonta pensando na minha morte. Tinha até algo como um segurança com um microfone falando os nomes das crianças, só que não consegui me comunicar com ele. Passados mais alguns minutos e sinto uma mini pessoa puxando a minha blusa, era a Linda (prazer, não tinha apresentado ainda), quase tão lindinha como quando deixei ela na escola pela manhã, apenas com o uniforme meio sujinho e um pouco suada.
Dei um sorriso tão grande ao vê-la, coloquei a mochila dela nas minhas costas, abri a sombrinha e fomos pra casa.
I am Linda :) |
Dei um sorriso tão grande ao vê-la, coloquei a mochila dela nas minhas costas, abri a sombrinha e fomos pra casa.
Sobrevivi.
Um primeiro final de dia feliz e cheio de pequenas grandes emoções.
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