O meu chinês está melhorzinho, já sei falar algumas palavras e ontem (uma semana atrás na verdade, o blogger e a China não estavam deixando eu postar) consegui me comunicar um pouco com a empregada aqui de casa e combinamos de ir na feira às 7h da matina. Acordamos às 6:30, tomamos café, pegamos o carrinho de compras e fomos. Em 10 minutos estávamos lá.
No meu primeiro dia aqui em Guangzhou eu passei nesta feira para ir até a Polícia fazer o registro e já sabia que ela era bizarra, assim como outras dessas que tive o prazer de visitar pela Ásia. Além de verduras, vegetais e frutas, eles vendem carne porque aqui não tem açougue. Até aí tudo bem, o diferencial é que os animais chegam inteiros e as “açougueiras” (“as” porque a maioria é mulher) cortam na tua frente, depilam as pernas do porco, abrem a galinha ao meio, desossam o sapo e tiram o casco da tartaruga.
Ver muitos animais vivos dentro de sacolas atordoados com o barulho, sabendo que ao chegar o próximo cliente eles vão pra panela bate de frente com o desejo de comer peixe no almoço – que por sinal estava meio vivo meio morto quando compramos.
Eram 7h da manhã, o cheiro incomodava as minhas narinas, o sangue, a sujeira e alguns ratos pelo chão faziam meus olhos desviarem o olhar para os meus pés e enquanto eu caminhava rapidamente senti algo voando no meu cabelo. Pensei “por favor, é só água”. Que inocência. Encostei a mão esquerda no meu cabelo e a realidade veio à tona: sangue e um pedacinho branco de carne. Olhei para o lado, um crocodilo estava sendo esquartejado. Respirei fundo, fundo mesmo e fomos comprar maçãs.
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Sapos... |
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tartarugas... :( |
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pedaços de crocodilo e por aí vai. |
Eu sei, é tipo... estranho. Perguntei aqui pra família porque eles comem tantos animais diferentes e a mãe me deu uma resposta simples “muitos anos atrás quando o país vivia na extrema pobreza, não se tinha acesso a comida, então o povo se virava com o que dava”. Pura verdade, ninguém quer morrer de fome e isso ficou na cultura deles até hoje.
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Na Índia é muito comum achar as galinhas vivas pra comprar, eles matam e depenam na hora pra ti. Na Tailândia, especificamente em Bangkok, insetos fritos com pimenta e sal são atração turística em meio a variedade de comida de rua. No Vietnam, fui numa feira estilo a chinesa e não consegui respirar, também fui a um restaurante que servia ratos e cobras, provei só o segundo. No Camboja os locais comem tarântulas como se fosse batata-frita e ovos de galinha semi-fecundados no lanche da tarde.
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Venda de galinhas na Índia |
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Insetos em Bangkok |
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É, provei um grilo! |
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Açougue na feira, mulheres no comando no Vietnam. |
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Especial do sul do Vietnam, snake em pedacinhos. Um pouco emborrachada, mas gostosa. |
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Lanche local: tarântulas e outro inseto (talvez barata, mas não tenho certeza) |
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Ovos semi-fecundados. Sem comentários. |
Enquanto na Índia veneram as vacas, no Brasil comemos todas as partes lambendo os beiços.
Quem podemos questionar, né?
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