Depois que passei a virada do ano em um avião em 2009, achei que não teria nada mais improvável para acontecer numa noite de ano novo. Eu estava completamente enganada. No último dia 31 fui para uma cidade chamada Ahmedabad, a qual já tinha ido no domingo anterior para trabalhar na recepção de um casamento (nos próximos dias terá um post engraçadíssimo sobre esta noite). Optei por trabalhar ao invés de fazer festa por uma bolada maior que o meu salário mensal. Tá bom, né? Mas o que tu foi fazer Lia? Dançar! 4 músicas indianas e uma da Shakira, com coreografia e tudo, horas e mais horas ensaiando durante as noites da última semana.
Antes de iniciar o relato, é importante fazer uma ressalva. Nesta cidade é quase impossível encontrar estrangeiros, se em Mumbai minha cor de pele e cabelo já chamam a atenção, vocês não tem ideia do que é caminhar em Ahmedabad. Andar no meio de pessoas que nunca viram brancos e loiros realmente não tem preço.
Antes de iniciar o relato, é importante fazer uma ressalva. Nesta cidade é quase impossível encontrar estrangeiros, se em Mumbai minha cor de pele e cabelo já chamam a atenção, vocês não tem ideia do que é caminhar em Ahmedabad. Andar no meio de pessoas que nunca viram brancos e loiros realmente não tem preço.
Fomos no dia 31 pela manhã a Ahmedabad eu, a Nela (minha flatmate) e um assistente do nosso agente. Viagem tranquila, por volta das nove e meia aterrizamos e um carro já estava a nossa espera. Fomos direto para o hotel o qual iríamos nos apresentar e passamos o dia lá, comendo, dormindo e aproveitando o luxo que não temos em casa (leia-se: colchão de verdade, comida caríssima e água quente).
22h nos aprontamos e descemos para o salão. Fomos rodeadas por seguranças que abriam caminho no meio do povo, eles chegavam a empurrar as pessoas e falavam bravamente "move!" "side!". Entramos no nosso camarim improvisado e o gerente do hotel entrou, nos cumprimentou e falou "5 minutes". Ok, respiramos, retocamos a maquiagem e subimos ao palco. É estranho descrever o que aconteceu em seguida. O público gritava muito, batia palmas, entrou em êxtase com a nossa entrada. Quando começamos o nosso free style, foi incrível ver as expressões de alegria daquelas pessoas em nos ver, como se estivéssemos proporcionando algo único, que talvez elas jamais teriam de novo. E quando falamos no microfone algo como "namaste! ken cho?" (oi!, tuudo bem?) nooooooooooossa hahahha
Acabou a primeira música, fomos para o camarim e nos trocamos. Subimos de novo ao palco e o público foi a loucura. Eu estava achando tudo muito estranho e gostando ao mesmo tempo, jamais pensei que fosse passar por isso. Sucesso mais uma vez! hahahha Trocamos de novo de roupa, dançamos e adivinhem? Uma loucura. E pela quarta vez nos trocamos e fomos ao palco, 1 minuto após a virada. Desta perfomance rolou um video de celular feito por uma mulher que estava nos ajudando no camarim.
Super me achei a dançarina descoordenada hahahahah
Aí depois desta dança, nos trocamos novamente, tiramos algumas fotos com uns parentes da pessoa que nos contratou, levei um apertão de bochecha de uma mulher que não parava de olhar pra minha cara e rir, e esperamos. Esperamos a festa acabar até às 00:30 para então falarem pra gente que iríamos dançar apenas para o staff do hotel e com um plus, sem seguranças, pois eles já tinha ido embora. Fiquei um pouco tensa, mas subi no palco. Não deu trinta segundos da música e um cara tentou subir e uma briga imensa começou. Neste momento o pessoal que estava cuidando da gente, sempre super preocupado com a nossa segurança, falou "run!". Maquiadas e de salto, nós corremos em direção ao elevador de serviço. E um bolo de gente em volta se formou, ainda bem que o elevador chegou logo e pudemos ir descansar em nosso quarto em paz e, principalmente, a sós.
Esta foi a minha virada de 2011 para 2012 na Índia, improvável, lucrativa e que vai estar em minha mente para sempre.
muito interessante!
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